Cheguei há exactamente um mês. Estou a adorar Oxford! Academicamente, dá-se um salto de gigante, mesmo em tão pouco tempo!
Mas, ao fim de um mês, já há coisas de que se sente falta (vou só falar de "coisas", e não de pessoas, para não melindrar ninguém - amanhã, teria metade da família e amigos zangados, simplesmente porque me havia esquecido de os referir...).
Sinto falta de peixe fresco e grelhado e sinto falta de bacalhau (e, não, bacalhau não é um "peixe", repito). E de azeite a temperar.
Sinto falta de dar dois beijinhos quando cumprimento alguém. Aqui, no máximo, dá-se um aperto de mão. Só dou dois beijinhos ao Orlando, colega portuga, com quem me encontro mais ou menos uma vez por semana. Em 5 semanas, dá um total de 10 beijinhos, portanto...
Sinto falta de uma refeição que dure mais de 10 minutos, à hora de almoço, e mais de meia-hora, ao jantar. Ganha-se em eficiência, é certo, mas ficam as saudades das horas passadas à mesa.
Sinto falta de uma esplanada (em que não chova e/ou gele). Maio já pede esplanada.
Sinto falta de dizer mal do país (aqui tenho que o elogiar, para não pensarem que somos totalmente Marrocos...). Do país, em geral, e dos políticos, em particular. Dizer mal do Sócrates, do Passos Coelho, do Portas e do Cavaco!
Mas do que sinto mais falta é de ver o mar. Nunca, em quase 29 anos, tinha passado um mês sem ver o mar. Mesmo quando viajei por bastante tempo, nunca estive exactamente um mês fora de Portugal. E mesmo nesses casos, acabei sempre por ver o mar algures. Aqui não... Um mês sem mar é muito, muito estranho...
No fundo, tenho saudades daquilo que em Portugal damos por garantido. E é de facto garantido. Mas aí :) Aqui, há outras coisas para serem valorizadas. Quanto a estas, ficam as saudades por mais um mês e pouco. E até poderia ser por um pouco mais :)
Uma portuguesa partilha as experiências, alegrias e espantos vividos por terras de Sua Majestade...
terça-feira, 24 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Portugal é aqui!
Já disse que há quatro portugueses a trabalhar na cozinha do meu colégio. Há um deles que todos os dias me interpreta as opções do almoço (que é servido em self-service), porque metade têm queijo e também há sempre a opção vegetariana, mas são todas difíceis de identificar! E ele, que já sabe que eu odeio queijo e legumes, diz-me logo: "vaca", "perú"! E está feito!
Ontem disse-me: "Há peixe daqui a dois minutos!". E os meus olhos brilharam e deu-se o inevitável sorriso cúmplice. Claro que esperei os dois minutos! Esperava dez minutos por um prato de peixe - mesmo frito e com batatas fritas.
Mas hoje... hoje, foi o momento português no Lincoln College!
Ao sábado há sempre muito menos gente ao almoço do que durante a semana e, quando eu cheguei, já não havia ninguém na fila para o self-service. O rapaz português - cujo nome ainda não sei! - serviu-me como de costume e, como não estava nenhum colega na caixa, teve que lá ir ele... E eu tirei o meu cartão para passar no scanner, como sempre, para registar na conta que há-de chegar no final do trimestre... E ele olhou à volta... Estávamos sozinhos no self-service... E diz "Não é preciso! Vai-te embora, na boa!". E eu, de repente, senti-me totalmente em casa! E até me comovi! Portugal é isto mesmo. E soube tão bem... :)
Ontem disse-me: "Há peixe daqui a dois minutos!". E os meus olhos brilharam e deu-se o inevitável sorriso cúmplice. Claro que esperei os dois minutos! Esperava dez minutos por um prato de peixe - mesmo frito e com batatas fritas.
Mas hoje... hoje, foi o momento português no Lincoln College!
Ao sábado há sempre muito menos gente ao almoço do que durante a semana e, quando eu cheguei, já não havia ninguém na fila para o self-service. O rapaz português - cujo nome ainda não sei! - serviu-me como de costume e, como não estava nenhum colega na caixa, teve que lá ir ele... E eu tirei o meu cartão para passar no scanner, como sempre, para registar na conta que há-de chegar no final do trimestre... E ele olhou à volta... Estávamos sozinhos no self-service... E diz "Não é preciso! Vai-te embora, na boa!". E eu, de repente, senti-me totalmente em casa! E até me comovi! Portugal é isto mesmo. E soube tão bem... :)
Frase do dia
"O que Oxford pensa hoje, a Inglaterra pensará amanhã."
(revista Speaker, "Liberalism at Oxford", 1897)
E eu acrescento: o que a Inglaterra pensar amanhã, vamos todos pensar no dia seguinte...
(revista Speaker, "Liberalism at Oxford", 1897)
E eu acrescento: o que a Inglaterra pensar amanhã, vamos todos pensar no dia seguinte...
quinta-feira, 19 de maio de 2011
I'm really in Britain! #5
O alarme de incêndio do meu quarto acabou de ser testado... Não passa uma semana que não o testem duas vezes...
Responsabilidade (ou qualquer outra coisa cujo nome eu desconheço...)
Conversa ouvida à hora do almoço, entre dois alunos do 2º ano da licenciatura em PPE (o curso que eu adoraria ter tirado: Politics, Philosophy and Economics):
"- Vamos sair hoje?
- Mas não querias sair na 6ª feira ou no sábado!?
- Sim... Podíamos sair hoje e depois no sábado...
- Queres sair duas noites esta semana?!
- Pois... Não dá, não é?
- Claro que não!
- Então, se calhar é melhor sairmos hoje, porque, se sairmos na 6ª ou no sábado, no dia seguinte dormimos até à hora do almoço... Perdemos a manhã toda sem estudar!
- Pois, se sairmos hoje, amanhã temos que nos levantar cedo para as aulas... Perdemos menos tempo.
- Saímos hoje, então!"
Os miúdos têm 20 anos... E, ainda assim, decidem que não podem sair duas noites na mesma semana... E preferem sair a meio da semana (aqui a noite acaba às 23h), do que ao fim-de-semana, para não perderem manhãs a dormir... E é com esta gente que temos que competir...
"- Vamos sair hoje?
- Mas não querias sair na 6ª feira ou no sábado!?
- Sim... Podíamos sair hoje e depois no sábado...
- Queres sair duas noites esta semana?!
- Pois... Não dá, não é?
- Claro que não!
- Então, se calhar é melhor sairmos hoje, porque, se sairmos na 6ª ou no sábado, no dia seguinte dormimos até à hora do almoço... Perdemos a manhã toda sem estudar!
- Pois, se sairmos hoje, amanhã temos que nos levantar cedo para as aulas... Perdemos menos tempo.
- Saímos hoje, então!"
Os miúdos têm 20 anos... E, ainda assim, decidem que não podem sair duas noites na mesma semana... E preferem sair a meio da semana (aqui a noite acaba às 23h), do que ao fim-de-semana, para não perderem manhãs a dormir... E é com esta gente que temos que competir...
quarta-feira, 18 de maio de 2011
I'm really in Britain! #4
A luz do sol das 7h da tarde reflectida na Bodleian Library todos os dias me faz pensar que estou a viver um sonho...
sexta-feira, 13 de maio de 2011
As refeições
Para começar, devo dizer que jamais um inglês escreveria um post cujo título fosse "As refeições"! Simplesmente, porque as refeições não parecem ter muita importância para eles.
Há uns meses atrás, uma colega romena a viver em Portugal dizia-me que os portugueses têm uma relação muito afectiva com a comida. Ela tem toda a razão! Os portugueses são capazes de passar horas a discutir comida, são capazes de passar horas a fazer comida, são capazes de passar horas à mesa a comer. E aqui vai a minha teoria: deve ser esse o segredo da nossa esperança média de vida tão elevada!
O Lincoln College tem a melhor comida de Oxford. A sério, é mesmo boa (há 4 portugueses a trabalhar na cozinha!). Tem um problema grave, na minha opinião, que é nunca ter peixe (excepto fish and chips uma vez), muito menos bacalhau (e não, bacalhau não é um "peixe"...), mas isso é habitual em Inglaterra. Os portugueses é q se empanturram em peixe - e nunca mais me digam que comemos mal!
Ora, com uma cantina tão boa e ainda por cima barata (se lá almoçarmos e jantarmos, gastamos menos 7£ por dia), e dado que a maioria dos estudantes mora perto dela, seria normal que toda a gente lá fosse, certo? Errado! Há malta que prefere comer uma sandes nojenta, pelo mesmo preço, comprada no café da esquina... Sentam-se nos bancos ao lado da cantina a comê-la! OK, toda a gente come uma sandes nojenta de vez em quando. E é essa a escolha óbvia quando se tem 14, 15, 16 anos... Mas depois dos 20?! Essa atitude traduz precisamente o despreendimento dos ingleses pela comida. Eles são até capazes de comer a dita sandes a andar, para aproveitar o tempo...
A própria invenção do café num copo de papel para levar para fora do estabelecimento só pode ter tido origem aqui, nos EUA ou noutro país nórdico, onde a ideia de perder 5 minutos sentado num café a beber uma bica é aterradora! Eles bebem mesmo o café enquanto caminham, não sei como conseguem...
Aqui chegados, devo explicar que, no meu colégio, metade dos estudantes são britânicos, um quarto anglo-saxónicos (americanos, australianos, canadianos...) e um quarto de outras partes do mundo, sendo que a maioria são chineses (e não há um único latino, para além de mim). Ou seja, com tão pouca mistura, é relativamente fácil analisar os hábitos ingleses (anglo-saxónicos, vá...).
Continuando: mesmo quem vai comer à cantina, come tão rapidamente que me deixa estonteada. Quem me conhece sabe que eu sou uma comedora voraz (em quantidade e rapidez). Pois ficam a saber que, para padrões britânicos, sou uma "tartaruga" a comer... Eles sentam-se, comem e abandonam o local literalmente em menos de 10 minutos!!
Isto acontece principalmente à hora de almoço. Aliás, quando cheguei e perguntei a que horas é que os vários serviços fechavam à hora de almoço, nem perceberam o que eu estava a perguntar. Porque os serviços não fecham. Não é necessário, dado que o almoço é a dita sandes nojenta a andar, ou uma refeição mais normal, mas sugada em tempo record!
Mas também acontece ao jantar. No meu colégio há dois jantares: o primeiro é servido às 18.15h, o segundo às 19.15h (vá, agora gozem com os horários...). Em ambos é servida exactamente a mesma comida, por ambos se paga exactamente o mesmo. A única diferença é que o primeiro jantar é "informal" e o segundo jantar é "formal". O que é que isto quer dizer? O jantar formal é aquele onde todos temos que o usar a gown (toga), onde os fellows (professores) aparecem e jantam na high table (uma mesa num estrado ao fundo da sala). A toga de quem está na licenciatura é diferente da de quem está em mestrado ou doutoramento: na verdade são semalhantes mas as dos undergraduate students são mais curtas do que as nossas, graduates... são tipo mini-togas. Há ainda as togas dos investigadores, que têm mangas, ao contrário das nossas, e as togas dos fellows, que são compridas, com mangas... com tudo! Assim, nos distinguimos entre fatiotas pretas - que podem ser usadas por cima de uns calções e t-shirt.
Bom, mas além da vestimenta, no jantar formal, são acessas velas em candelabros ao longo das mesas e todo um ritual é cumprido: às 19.15h fecham-se as duas portas da sala (que, como já descrevi uma vez, está intacta desde há mais de um século, é toda forrada a madeira, tem vitrais e quadros antigos...), ouve-se um som tipo-bater-de-pau-de-teatro e todos nos levantamos. As portas abrem-se os fellows entram, atravessam a sala e dispõem-se em volta da sua high table. As portas da sala fecham-se e ali ficamos, só nós, alunos e professores. Um aluno diz uma oração em latim (para fomentar o "voluntariado" para a leitura da oração, o colégio oferece uma garrafa de vinho ao leitor, depois de ele se ter "oferecido" por três vezes para a ler...), no fim toda a gente diz "amén" e só depois disso nos sentamos. No final, os alunos só se podem levantar depois de o fellow que come à cabeceira da high table dar autorização para tal. Nessa altura, o mordomo que os serve abana um guardanapo braco, de cima do estrado, e quem já tiver acabo de comer já sabe que pode sair. É fantástico assitir a tudo isto, garanto-vos! É um filme em que somos espectadores e personagens ao mesmo tempo!
Claro que este jantar acaba sempre por ser mais demorado. Por isso mesmo, há o das 18.15h: para quem tem pressa e não quer perder tempo com rituais! Aliás, os dois jantares são servidos na mesma sala, nas mesmas mesas. Conseguem imaginar, em Portugal, um jantar para cerca de 100 pessoas, com de três pratos, servidos à mesa, demorar menos de 40 minutos, a ponto de depois de todos termos acabado, a sala ser limpa e preparada para o jantar que ocorre apenas uma hora depois? Não. Porque nós gostamos mesmo de estar à mesa. De comer e de beber. De falar enquanto comemos e bebemos. De perder tempo com a comida e a companhia à nossa frente. É uma cultura muito diferente.
Há uns meses atrás, uma colega romena a viver em Portugal dizia-me que os portugueses têm uma relação muito afectiva com a comida. Ela tem toda a razão! Os portugueses são capazes de passar horas a discutir comida, são capazes de passar horas a fazer comida, são capazes de passar horas à mesa a comer. E aqui vai a minha teoria: deve ser esse o segredo da nossa esperança média de vida tão elevada!
O Lincoln College tem a melhor comida de Oxford. A sério, é mesmo boa (há 4 portugueses a trabalhar na cozinha!). Tem um problema grave, na minha opinião, que é nunca ter peixe (excepto fish and chips uma vez), muito menos bacalhau (e não, bacalhau não é um "peixe"...), mas isso é habitual em Inglaterra. Os portugueses é q se empanturram em peixe - e nunca mais me digam que comemos mal!
Ora, com uma cantina tão boa e ainda por cima barata (se lá almoçarmos e jantarmos, gastamos menos 7£ por dia), e dado que a maioria dos estudantes mora perto dela, seria normal que toda a gente lá fosse, certo? Errado! Há malta que prefere comer uma sandes nojenta, pelo mesmo preço, comprada no café da esquina... Sentam-se nos bancos ao lado da cantina a comê-la! OK, toda a gente come uma sandes nojenta de vez em quando. E é essa a escolha óbvia quando se tem 14, 15, 16 anos... Mas depois dos 20?! Essa atitude traduz precisamente o despreendimento dos ingleses pela comida. Eles são até capazes de comer a dita sandes a andar, para aproveitar o tempo...
A própria invenção do café num copo de papel para levar para fora do estabelecimento só pode ter tido origem aqui, nos EUA ou noutro país nórdico, onde a ideia de perder 5 minutos sentado num café a beber uma bica é aterradora! Eles bebem mesmo o café enquanto caminham, não sei como conseguem...
Aqui chegados, devo explicar que, no meu colégio, metade dos estudantes são britânicos, um quarto anglo-saxónicos (americanos, australianos, canadianos...) e um quarto de outras partes do mundo, sendo que a maioria são chineses (e não há um único latino, para além de mim). Ou seja, com tão pouca mistura, é relativamente fácil analisar os hábitos ingleses (anglo-saxónicos, vá...).
Continuando: mesmo quem vai comer à cantina, come tão rapidamente que me deixa estonteada. Quem me conhece sabe que eu sou uma comedora voraz (em quantidade e rapidez). Pois ficam a saber que, para padrões britânicos, sou uma "tartaruga" a comer... Eles sentam-se, comem e abandonam o local literalmente em menos de 10 minutos!!
Isto acontece principalmente à hora de almoço. Aliás, quando cheguei e perguntei a que horas é que os vários serviços fechavam à hora de almoço, nem perceberam o que eu estava a perguntar. Porque os serviços não fecham. Não é necessário, dado que o almoço é a dita sandes nojenta a andar, ou uma refeição mais normal, mas sugada em tempo record!
Mas também acontece ao jantar. No meu colégio há dois jantares: o primeiro é servido às 18.15h, o segundo às 19.15h (vá, agora gozem com os horários...). Em ambos é servida exactamente a mesma comida, por ambos se paga exactamente o mesmo. A única diferença é que o primeiro jantar é "informal" e o segundo jantar é "formal". O que é que isto quer dizer? O jantar formal é aquele onde todos temos que o usar a gown (toga), onde os fellows (professores) aparecem e jantam na high table (uma mesa num estrado ao fundo da sala). A toga de quem está na licenciatura é diferente da de quem está em mestrado ou doutoramento: na verdade são semalhantes mas as dos undergraduate students são mais curtas do que as nossas, graduates... são tipo mini-togas. Há ainda as togas dos investigadores, que têm mangas, ao contrário das nossas, e as togas dos fellows, que são compridas, com mangas... com tudo! Assim, nos distinguimos entre fatiotas pretas - que podem ser usadas por cima de uns calções e t-shirt.
Bom, mas além da vestimenta, no jantar formal, são acessas velas em candelabros ao longo das mesas e todo um ritual é cumprido: às 19.15h fecham-se as duas portas da sala (que, como já descrevi uma vez, está intacta desde há mais de um século, é toda forrada a madeira, tem vitrais e quadros antigos...), ouve-se um som tipo-bater-de-pau-de-teatro e todos nos levantamos. As portas abrem-se os fellows entram, atravessam a sala e dispõem-se em volta da sua high table. As portas da sala fecham-se e ali ficamos, só nós, alunos e professores. Um aluno diz uma oração em latim (para fomentar o "voluntariado" para a leitura da oração, o colégio oferece uma garrafa de vinho ao leitor, depois de ele se ter "oferecido" por três vezes para a ler...), no fim toda a gente diz "amén" e só depois disso nos sentamos. No final, os alunos só se podem levantar depois de o fellow que come à cabeceira da high table dar autorização para tal. Nessa altura, o mordomo que os serve abana um guardanapo braco, de cima do estrado, e quem já tiver acabo de comer já sabe que pode sair. É fantástico assitir a tudo isto, garanto-vos! É um filme em que somos espectadores e personagens ao mesmo tempo!
Claro que este jantar acaba sempre por ser mais demorado. Por isso mesmo, há o das 18.15h: para quem tem pressa e não quer perder tempo com rituais! Aliás, os dois jantares são servidos na mesma sala, nas mesmas mesas. Conseguem imaginar, em Portugal, um jantar para cerca de 100 pessoas, com de três pratos, servidos à mesa, demorar menos de 40 minutos, a ponto de depois de todos termos acabado, a sala ser limpa e preparada para o jantar que ocorre apenas uma hora depois? Não. Porque nós gostamos mesmo de estar à mesa. De comer e de beber. De falar enquanto comemos e bebemos. De perder tempo com a comida e a companhia à nossa frente. É uma cultura muito diferente.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Dos relvados às regras subentendidas
O Lincoln College tem três relvados (na verdade, tem quatro, mas o quarto é o jardim do reitor e o acesso está vedado aos alunos). Destes 3 relvados, dois (a que eles chamam quads porque, de facto, são quadrangulares) não se podem pisar. Nenhum deles tem vedação, nenhum tem nenhuma placa a proibí-lo. É assim, provavelmente porque sempre foi assim, e todos parecem sabê-lo de forma inata. E ninguém pisa a relva dos dois primeiros quads.
O terceiro relvado (o grove, que tem este nome precisamente por já não ser quadrado e ter algumas árvores num extremo) já pode ser pisado. Grupos de alunos sentam-se ali para conversar e comer (mesmo quando choveu há pouco e a relva está encharcada, mas aqui ninguém parece importar-se com isso...), mas ninguém joga aí qualquer jogo a não ser croquet. Nada de jogar futebol, nada de jogar às cartas... Porque só é permitido jogar croquet naquele relvado! E todos parecem sabê-lo também naturalmente.
O croquet é um "desporto" tão emocionante que faz o golfe parecer impróprio para cardíacos... Estive a assistir um pouco e perguntei sobre as regras. Aparentemente, ninguém liga muito às regras. Vão jogando como sabem, cada um um pouco à sua maneira.
Agora tentem imaginar todo este cenário em Portugal. Eu não consegui... ;)
O terceiro relvado (o grove, que tem este nome precisamente por já não ser quadrado e ter algumas árvores num extremo) já pode ser pisado. Grupos de alunos sentam-se ali para conversar e comer (mesmo quando choveu há pouco e a relva está encharcada, mas aqui ninguém parece importar-se com isso...), mas ninguém joga aí qualquer jogo a não ser croquet. Nada de jogar futebol, nada de jogar às cartas... Porque só é permitido jogar croquet naquele relvado! E todos parecem sabê-lo também naturalmente.
O croquet é um "desporto" tão emocionante que faz o golfe parecer impróprio para cardíacos... Estive a assistir um pouco e perguntei sobre as regras. Aparentemente, ninguém liga muito às regras. Vão jogando como sabem, cada um um pouco à sua maneira.
Agora tentem imaginar todo este cenário em Portugal. Eu não consegui... ;)
segunda-feira, 9 de maio de 2011
As aulas
O sistema de ensino aqui em Oxford é bastante flexível. Quer dizer, o meu sistema é totalmente flexível: como sou visiting student, sou eu que escolho as aulas e seminários a que quero assistir. Mas mesmo os alunos de mestrado e doutoramento da própria Universidade de Oxford têm imensas cadeiras optativas. Mas até aqui, e apesar do nosso sistema português ser muito mais compulsório, não se encontram grandes diferenças entre as duas realidades, porque as universidades portuguesas mais modernizadoras já dão aos alunos a possibilidade de escolherem algumas cadeiras.
A grande diferença está na forma como as aulas são dadas.
Em primeiro lugar, antes do período sequer começar, toda a gente que está inscrita numa cadeira recebe o programa, detalhado aula a aula, com uma lista de bibliografia importante para cada aula. Estas listas bibliográficas, em vez de conterem 30 obras para cada tema, como é costume fazer-se nas universidades portuguesas, indicam 4 ou 5 textos para cada sessão. São muito mais específicos, vão directos ao assunto... E são mesmo textos: quer dizer, quando se indica o título de um livro, especifica-se que capítulo será importante para tratar aquele tema concreto! Nada de ler o livro todo para, no fim, perceber que só o capítulo 4 é que interessava... Não há tempo a perder... Assim, não há ninguém que desmoralize e pense "com tanta coisa para ler, não vale a pena ler nada, porque não sei o que é realmente importante"... Até porque estas bibliografias não são ordenadas por ordem alfabética, mas sim por ordem de importância! Quem só tiver tempo para ler um texto, sabe que deve ler aquele que vem no primeiro lugar da lista!
Mas as aulas... Bom, as aulas são o oposto daquilo que temos em Portugal! É suposto os alunos lerem os tais textos indicados ANTES da aula em que esse tema vai ser tratado (o que só é possível, porque, ainda em férias, tiveram tempo para organizar tudo antecipadamente!) e a aula é uma discussão sobre o tema! O professor (e eu estou a frequentar aulas de professores que são grandes "barras" mundias de Filosofia e Teoria Política) orienta um pouco a discussão, mas é quase mais um de nós a debater o assunto... Nunca fala como se fosse detentor da verdade e os alunos chegam mesmo a dizer-lhe, por vezes, que não concordam com a interpretação que ele está a fazer! Comparem com a realidade portuguesa em que o professor diz o que tem a dizer, em geral não há discussão e apenas são colocadas algumas dúvidas, os textos sobre o tema são lidos a posteriori (geralmente nas vésperas dos exames...), as respostas nos testes têm que ir ao encontro daquilo que o professor espelhou na aula...
Aqui, aparentemente o sistema parece ser o seguinte: os alunos entram na sala 5 minutos antes da aula começar e têm tudo preparado para iniciar a aula à hora, o professor entra e já toda a gente está sentada à sua espera, o professor vem de sapatilhas e mochila e não com ar formal ou superior... Mas o mais surpreendente é ver que os alunos (que têm 21/22 anos, na maioria!) leram efectivamente os textos antecipadamente, apresentam uma opinião sobre os temas, pensaram sobre aquilo!
Aqui, de facto, aprende-se muito, mas aprende-se sobretudo a ser intelectualmente autónomo, a pensar livremente, a aceitar que os assuntos têm diferentes pontos de vista, sendo que o nosso não é superior ao de ninguém, mas também não é inferior apenas por sermos nós a assumi-lo...
A grande diferença está na forma como as aulas são dadas.
Em primeiro lugar, antes do período sequer começar, toda a gente que está inscrita numa cadeira recebe o programa, detalhado aula a aula, com uma lista de bibliografia importante para cada aula. Estas listas bibliográficas, em vez de conterem 30 obras para cada tema, como é costume fazer-se nas universidades portuguesas, indicam 4 ou 5 textos para cada sessão. São muito mais específicos, vão directos ao assunto... E são mesmo textos: quer dizer, quando se indica o título de um livro, especifica-se que capítulo será importante para tratar aquele tema concreto! Nada de ler o livro todo para, no fim, perceber que só o capítulo 4 é que interessava... Não há tempo a perder... Assim, não há ninguém que desmoralize e pense "com tanta coisa para ler, não vale a pena ler nada, porque não sei o que é realmente importante"... Até porque estas bibliografias não são ordenadas por ordem alfabética, mas sim por ordem de importância! Quem só tiver tempo para ler um texto, sabe que deve ler aquele que vem no primeiro lugar da lista!
Mas as aulas... Bom, as aulas são o oposto daquilo que temos em Portugal! É suposto os alunos lerem os tais textos indicados ANTES da aula em que esse tema vai ser tratado (o que só é possível, porque, ainda em férias, tiveram tempo para organizar tudo antecipadamente!) e a aula é uma discussão sobre o tema! O professor (e eu estou a frequentar aulas de professores que são grandes "barras" mundias de Filosofia e Teoria Política) orienta um pouco a discussão, mas é quase mais um de nós a debater o assunto... Nunca fala como se fosse detentor da verdade e os alunos chegam mesmo a dizer-lhe, por vezes, que não concordam com a interpretação que ele está a fazer! Comparem com a realidade portuguesa em que o professor diz o que tem a dizer, em geral não há discussão e apenas são colocadas algumas dúvidas, os textos sobre o tema são lidos a posteriori (geralmente nas vésperas dos exames...), as respostas nos testes têm que ir ao encontro daquilo que o professor espelhou na aula...
Aqui, aparentemente o sistema parece ser o seguinte: os alunos entram na sala 5 minutos antes da aula começar e têm tudo preparado para iniciar a aula à hora, o professor entra e já toda a gente está sentada à sua espera, o professor vem de sapatilhas e mochila e não com ar formal ou superior... Mas o mais surpreendente é ver que os alunos (que têm 21/22 anos, na maioria!) leram efectivamente os textos antecipadamente, apresentam uma opinião sobre os temas, pensaram sobre aquilo!
Aqui, de facto, aprende-se muito, mas aprende-se sobretudo a ser intelectualmente autónomo, a pensar livremente, a aceitar que os assuntos têm diferentes pontos de vista, sendo que o nosso não é superior ao de ninguém, mas também não é inferior apenas por sermos nós a assumi-lo...
I'm really in Britain! #3
Estão 16 graus e chove. Toda a gente anda de t-shirt e ninguém usa chapéu-de-chuva. E eu, de cachecol, casaco e chapéu aberto sinto-me ridícula...
sábado, 7 de maio de 2011
A cultura do trabalho
Não tenho escrito tanto quanto gostaria, porque tenho trabalhado muito mais do que havia pensado... Aqui, aliás, todo o sistema está montado para se trabalhar!
Os colégios fornecem-nos (pagando, claro) refeições, se não quisermos perder tempo a cozinhar e lavar a louça (mas também temos cozinha equipada nas residências, no caso de preferirmos comer por casa). A maioria dos colégios são também bastante centrais, o que quer dizer que fácil e rapidamente vamos às compras ou tratamos de qualquer outro assunto e... podemos retomar o trabalho em breve. E todos têm bibliotecas e outras salas de estudo, caso não queiramos ficar todo o dia metidos no quarto a ler.
Mas as residências também têm lavandarias com máquinas de lavar e secar para que possamos tratar dessas miudezas da vida e voltar para o quarto no minuto seguinte e... continuar a trabalhar. Têm salas com computadores e impressoras, pelo que em 5 minutos saímos do conforto do quartinho (onde temos internet!), entramos na sala ao lado e imprimos o que tivermos que imprimir. E o tabalho continua!
Uma coisa interessante também é o facto de a conta enviada pelo Colégio, contendo o preço de todas as refeições, impressões, etc., de que usufruimos, vir apenas no final do trimestre. Não há nada, durante as 8 semanas lectivas, que nos distraia do nosso objectivo!
Mesmo os eventos sociais, que os há, estão organizados desde o início do trimestre para que possamos planear o trabalho de forma a estarmos presentes naqueles que nos interessam! Por exemplo, hoje vou ter uma festa noutra residência do meu Colégio, logo, há que adiantar tabalho hoje e amanhã à tarde, porque a manhã de domingo será certamente para dormir... ;)
Por tudo o que já tenho escrito, já deu para perceber que os Colégios, aqui, servem um pouco como a nossa casa. É lá que comemos, dormimos, podemos ter assistência médica, recebemos correspondência...
Por vezes, os colégios têm a parte residencial e todos os outros serviços no mesmo edifício. Noutros casos, o edifício do Colégio tem apenas os serviços administrativos e alguns dos outros serviços comunitários, mas depois possuem vários edifícios que servem de residência. Isto acontece particularmente nos Colégios mais antigos, como é o caso do Lincoln. Quando foi construído, no século XV, ninguém imaginava que viesse a ter 700 alunos ao mesmo tempo, no século XXI... :) Os Colégios mais modernos, pelo contrário, já foram construídos para congregar muitos alunos, pelo que quem aí vive tem o quarto e a cantina no mesmo edifício.
No caso do meu Colégio, então, dentro do próprio edifício medieval só residem os alunos que estão no primeiro ano da licenciatura - parece que é para a transição não ser tão brusca, pois sentem precisamente que continuam "em casa". Os do segundo ano, vivem num edifício mesmo em frente. Até que, ao nível de doutoramento, vivemos na maravilhosa residência em que me encontro, que é a mais distante (mas, simultaneamente, a mais recente e bem equipada), sendo que "distante" significa 10 minutos a pé... Ou seja, não há desculpas para perder tempo e... trabalhar!
Mas mesmo que as distâncias sejam um pouco maiores, toda a cidade está preparada para que se ande de bicicleta e, assim, se chegue mais rapidamente a qualquer lado. Não há uma única rua que não tenha uma ciclovia marcada à beira da estrada, encostada ao passeio! Vêem-se muito poucos carros - e, aliás, os que se vêem são relativamente antigos (para padrões portugueses, que trocam de carro de 5 em 5 anos...) e nunca especialmente caros (mais uma vez, para padrões portugueses, que, se for necessário, não comem para ter um grande carro).
Bom, mas a vida académica propriamente dita não se passa no Colégio. Ou não totalmente. Temos um tutor, que nos orienta nos trabalhos, mas que pode pertencer aos quadros do Colégio, ou não. E temos a maioria das aulas e seminários nos departamentos ou faculdades da área que estamos a estudar e não nos colégios.
Ou seja, um Colégio pode ter alunos de Matemática, de Filosofia, de Química, que se encontram na residência ou na cantina, mas que têm aulas com alunos de outros Colégios nos edifícios dos Departamentos de Matemática, Filosofia ou Química... Parece complicado, mas não é ;)
E também estes edifícios departamentais estão feitos para que se posso trabalhar o mais (e o melhor possível). Por exemplo, eu tenho aulas sobretudo no edifício que congrega os Departamento de Política, de Relações Internacionais, de Economia, de Direito, assim como a Biblioteca de Ciências Sociais, que é a aquela a que eu recorro, claro - e até agora têm tido todos os livros de que necessitei.
No fundo, se o Lincoln College é a minha casa o Manor Road Building é o meu local de trabalho e ambos estão organizados, toda a cidade está organizada, para que eu trabalhe bué! E é, então, o que tenho feito...
Os colégios fornecem-nos (pagando, claro) refeições, se não quisermos perder tempo a cozinhar e lavar a louça (mas também temos cozinha equipada nas residências, no caso de preferirmos comer por casa). A maioria dos colégios são também bastante centrais, o que quer dizer que fácil e rapidamente vamos às compras ou tratamos de qualquer outro assunto e... podemos retomar o trabalho em breve. E todos têm bibliotecas e outras salas de estudo, caso não queiramos ficar todo o dia metidos no quarto a ler.
Mas as residências também têm lavandarias com máquinas de lavar e secar para que possamos tratar dessas miudezas da vida e voltar para o quarto no minuto seguinte e... continuar a trabalhar. Têm salas com computadores e impressoras, pelo que em 5 minutos saímos do conforto do quartinho (onde temos internet!), entramos na sala ao lado e imprimos o que tivermos que imprimir. E o tabalho continua!
Uma coisa interessante também é o facto de a conta enviada pelo Colégio, contendo o preço de todas as refeições, impressões, etc., de que usufruimos, vir apenas no final do trimestre. Não há nada, durante as 8 semanas lectivas, que nos distraia do nosso objectivo!
Mesmo os eventos sociais, que os há, estão organizados desde o início do trimestre para que possamos planear o trabalho de forma a estarmos presentes naqueles que nos interessam! Por exemplo, hoje vou ter uma festa noutra residência do meu Colégio, logo, há que adiantar tabalho hoje e amanhã à tarde, porque a manhã de domingo será certamente para dormir... ;)
Por tudo o que já tenho escrito, já deu para perceber que os Colégios, aqui, servem um pouco como a nossa casa. É lá que comemos, dormimos, podemos ter assistência médica, recebemos correspondência...
Por vezes, os colégios têm a parte residencial e todos os outros serviços no mesmo edifício. Noutros casos, o edifício do Colégio tem apenas os serviços administrativos e alguns dos outros serviços comunitários, mas depois possuem vários edifícios que servem de residência. Isto acontece particularmente nos Colégios mais antigos, como é o caso do Lincoln. Quando foi construído, no século XV, ninguém imaginava que viesse a ter 700 alunos ao mesmo tempo, no século XXI... :) Os Colégios mais modernos, pelo contrário, já foram construídos para congregar muitos alunos, pelo que quem aí vive tem o quarto e a cantina no mesmo edifício.
No caso do meu Colégio, então, dentro do próprio edifício medieval só residem os alunos que estão no primeiro ano da licenciatura - parece que é para a transição não ser tão brusca, pois sentem precisamente que continuam "em casa". Os do segundo ano, vivem num edifício mesmo em frente. Até que, ao nível de doutoramento, vivemos na maravilhosa residência em que me encontro, que é a mais distante (mas, simultaneamente, a mais recente e bem equipada), sendo que "distante" significa 10 minutos a pé... Ou seja, não há desculpas para perder tempo e... trabalhar!
Mas mesmo que as distâncias sejam um pouco maiores, toda a cidade está preparada para que se ande de bicicleta e, assim, se chegue mais rapidamente a qualquer lado. Não há uma única rua que não tenha uma ciclovia marcada à beira da estrada, encostada ao passeio! Vêem-se muito poucos carros - e, aliás, os que se vêem são relativamente antigos (para padrões portugueses, que trocam de carro de 5 em 5 anos...) e nunca especialmente caros (mais uma vez, para padrões portugueses, que, se for necessário, não comem para ter um grande carro).
Bom, mas a vida académica propriamente dita não se passa no Colégio. Ou não totalmente. Temos um tutor, que nos orienta nos trabalhos, mas que pode pertencer aos quadros do Colégio, ou não. E temos a maioria das aulas e seminários nos departamentos ou faculdades da área que estamos a estudar e não nos colégios.
Ou seja, um Colégio pode ter alunos de Matemática, de Filosofia, de Química, que se encontram na residência ou na cantina, mas que têm aulas com alunos de outros Colégios nos edifícios dos Departamentos de Matemática, Filosofia ou Química... Parece complicado, mas não é ;)
E também estes edifícios departamentais estão feitos para que se posso trabalhar o mais (e o melhor possível). Por exemplo, eu tenho aulas sobretudo no edifício que congrega os Departamento de Política, de Relações Internacionais, de Economia, de Direito, assim como a Biblioteca de Ciências Sociais, que é a aquela a que eu recorro, claro - e até agora têm tido todos os livros de que necessitei.
No fundo, se o Lincoln College é a minha casa o Manor Road Building é o meu local de trabalho e ambos estão organizados, toda a cidade está organizada, para que eu trabalhe bué! E é, então, o que tenho feito...
quarta-feira, 4 de maio de 2011
I'm really in Britain! #2
Pela primeira vez, comi fish and chips num pub inglês! A acompanhar com uma corona com limão, claro :)
terça-feira, 3 de maio de 2011
O pior de se estar longe de casa é o facto de poderem acontecer coisas graves e nós não podermos fazer nada para as impedir, nem sequer para ajudar a resolvê-las... Sentimos a impotência total... Nem sequer sabemos se o que nos contam corresponde exactamente à verdade ou se a situação é bem mais grave e estão simplesmente a esconder-nos os factos!
Hoje é isso que está a acontecer... Eu jantava, enquanto em Portugal tudo se passava sem que eu soubesse de nada... Eu bebia vinho tinto português e discutia a política da Índia, num jantar de 15£, enquanto o meu mundo podia estar a desmoronar-se a cerca de 2000 km de distância!
Espero que estejas a dizer-me a verdade, que tudo tenha solução... Espero que vocês estejam à minha espera quando eu chegar, daqui a 2 meses... Só faltam 2 meses! Diz-lhe... Diz-me... por favor...
Hoje é isso que está a acontecer... Eu jantava, enquanto em Portugal tudo se passava sem que eu soubesse de nada... Eu bebia vinho tinto português e discutia a política da Índia, num jantar de 15£, enquanto o meu mundo podia estar a desmoronar-se a cerca de 2000 km de distância!
Espero que estejas a dizer-me a verdade, que tudo tenha solução... Espero que vocês estejam à minha espera quando eu chegar, daqui a 2 meses... Só faltam 2 meses! Diz-lhe... Diz-me... por favor...
segunda-feira, 2 de maio de 2011
I'm really in Britain!
Hoje, pela primeira vez, um esquilo atravessou o jardim a meio metro de mim! :)
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