Uma portuguesa partilha as experiências, alegrias e espantos vividos por terras de Sua Majestade...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Antes da partida

A organização britânica impressiona desde muito antes de aterrarmos em Heathrow... Com três meses de antecedência já sei em que residência vou ficar alojada, como será o meu quarto, a quem me devo dirigir à chegada a Oxford, qual a distância que separa o alojamento do Colégio... Já recebi e-mails de quatro pessoas diferentes, cada uma encarregue de um assunto específico, todas a trabalhar em rede. Esclarecem todas as minhas dúvidas e quase que os sinto felizes, via monitor de PC, por o poderem fazer.
Pedem-me tão poucos dados pessoais que desconfio... Será que é mesmo possível fazer o que quer que seja sem indicar o número de contribuinte?!
O formulário de inscrição tem um campo para escrevermos o nome por que preferimos ser tratados. A partir do momento em que o envio, toda a gente passa a tratar-me por Rita. Nada de Ana, nada de Ana Rita, nada de Ana Rita Ferreira, muito menos Dra, que este não é um país cheio de complexos de inferioridade... Rita apenas - pois se foi assim que eu disse preferir ser chamada!
Enviaram-me um mapa da Google com todas as indicações! Juro! Demoro 13 minutos da Museum Road, onde fica a residência de estudantes, à Turl Street, sede do Lincoln College. On foot, claro.
E confiam naquilo que lhes digo sem me pedirem nenhum comprovativo em troca: se afirmo que já fiz a transferência bancária é porque já fiz a transferência bancária. Eu, tuga, envio cópia do recibo (escrito em português...) para garantir que nada atrapalhará a reserva do meu quarto por mais duas semanas para além do período lectivo - quero chegar uma semana antes do início do term e voltar uma semana depois das aulas terminarem e esse extra é pago do meu bolso. Dizem-me que there was no need... Devem confirmar eles próprios no extrato da conta deles, pois... Sem que eu me aborreça com nada, pois... Aliás, no tal formulário de inscrição tive que colocar o nº do BI, mas nem pensar em enviar cópia! Eles acreditam em mim, não parte do princípio de que estou a mentir... Que estranho...

2 comentários:

  1. Neste nosso cantinho mal frequentado até admira quando alguém acredita em nós sem papel selado ou outras burrocracias...

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  2. Há uma história gira q mostra bem a diferença entre os ingleses e nós nesse aspecto. Todos os anos, a primeira pessoa a ver/ouvir um cuco, na primavera, liga para o Time e relata tê-lo visto. No dia seguinte, o Time publica a notícia: pessoa tal viu o primeiro cuco do ano, no sítio tal, às tantas horas. E nng duvida q seja verdade, q akela pessoa tenha mm visto o cuco antes de telefonar!!

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